segunda-feira, agosto 29, 2005

Moram ainda na minha mente

Moram ainda na minha mente
aquelas manhãs de Janeiro
em que matavamos as saudades
das férias passadas longe,
gastanto horas no teu quarto
olhando a chuva cantar,
furando o silêncio e o calor
enquanto batia nas vidraças
da janela tornando o teu cabelo
ainda mais escuro e vivo.

Moram ainda na minha mente
todas as vezes que acordei
com a minha cabeça no teu colo,
enquanto passavas a mão
pelo meu cabelo e cantavas
baixinho para não me acordar
e eu abria os olhos para ver
as formas do fumo do teu cigarro
enquanto subia para o tecto.

Moram ainda na minha mente
os momentos em que te sentias só
e atravessavas a cozinha a correr,
para te sentares ao meu colo
enquanto eu tentava escrever,
e me abraçavas os ombros
com a tua respiração quente
a arrepiar-me o pescoço,
enquanto me dizias baixinho
que precisavas de me agarrar.

Moram ainda na minha mente
cada um desses momentos,
que uso como medida injusta
para medir todas as outras,
recordações dolorosas demais
para não apagar para sempre,
do meu coração e da minha pele,
recordações que só posso guardar
na minha mente, para te guardar
para sempre dentro de mim.

sábado, agosto 27, 2005

Parabéns

Este poema é para a minha amiga Tânia, no dia do seu aniversário


Gostava realmente
que todas as manhãs
acordasses sorridente
como mereces acordar

Abraçada por braços
não te largam
e por beijos
que te desejam

Gostava que soubesses
o quanto gosto de te ouvir
mesmo quando tu não

E sei que és especial
porque o teu mundo sorri
e nem todos somos assim

quarta-feira, agosto 24, 2005

15h16m

hora exacta
medida
analisada
cronometrada
em que a tua mão
atravesou a mesa
do café
meio vazio
e adormeceu
na minha mão

um suspiro
um minuto
um desejo

um piscar de olhos
um meio sorrir

e os teus olhos
fugitivos
correram
para o lado
a mão recuou
e o minuto...
...o minuto passou

domingo, agosto 14, 2005

momento idiota 2


Poeta apercebe-se que, ou a inspiração divina não abrange os restaurantes, ou então estava a confundir o divino com um candeeiro.

momento idiota 1


Poeta procura inspiração divina num Pizza Hut.

segunda-feira, agosto 01, 2005

a cama é pequena

a cama é pequena
meu amor

dormes no meu peito
os teus cabelos
perfumados
libertos
enchem o meu sono
e não consigo
dormir sossegado

a cama é pequena
meu amor

abraças-te a mim
no escuro
e os meus braços
ficam dormentes
doridos
de te segurar

a cama é pequena
meu amor

nunca mais quero sair daqui