Tens direito
a um poema.
Porquê?
Porque és
e existes
sempre, sempre
igual a ti
Porquê?
Porque és
um sorriso
mesmo na chuva
e uma amiga
mesmo na noite
Porquê?
Porque já rimos
e já estive
no grande rol
de ajoelhados
aos teus pés
de bailado
Porquê?
Porque és e serás
sempre uma
querida notável
e para ti
foi fácil
Tens direito
a um poema
e ao céu
se o quiseres
"Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos; Espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés; Caminha suavemente, pois caminhas sobre os meus sonhos." W.B. Yeats
segunda-feira, dezembro 20, 2004
segunda-feira, dezembro 13, 2004
Nada
Nada morre tão depressa
Quanto a carícia de um beijo
Mas nada permanece comigo
Como a certeza que te quero
E querer ter a certeza
Que não há nem existe outro mar
Que as tempestades sejam
Metade da tua paixão
E que os meus desejos
Morrem todos afogados
No conforto da dor
No abraço da escuridão
Nada nasce tão depressa
Quanto o ódio irracional
Esse ódio meloso e quente
Que brota do meu peito
Quanto a carícia de um beijo
Mas nada permanece comigo
Como a certeza que te quero
E querer ter a certeza
Que não há nem existe outro mar
Que as tempestades sejam
Metade da tua paixão
E que os meus desejos
Morrem todos afogados
No conforto da dor
No abraço da escuridão
Nada nasce tão depressa
Quanto o ódio irracional
Esse ódio meloso e quente
Que brota do meu peito
segunda-feira, dezembro 06, 2004
Memória
Do meu fracasso tiro as forças que me faltam
Neste amanhecer de ouro e azul pintado
E faço crescer a esperança, tal como uma flor
Neste coração duro, neste jardim empedrado
E enquanto o sol me banha com os seus raios
O meu corpo acorda e ganha forças para a batalha
Os meus sentidos ganham forma e fogem
Fogem de ti em direcção ao sol, para o esquecimento
E nesta fuga a minha mente acorda
Dorida e sangrenta, à procura de vingança, de perdão, de ti
Mas a memória ganha, refaço as tuas formas
E o meu corpo cai, neste pôr-do-sol dourado, como só o teu cabelo sabe ser
Neste amanhecer de ouro e azul pintado
E faço crescer a esperança, tal como uma flor
Neste coração duro, neste jardim empedrado
E enquanto o sol me banha com os seus raios
O meu corpo acorda e ganha forças para a batalha
Os meus sentidos ganham forma e fogem
Fogem de ti em direcção ao sol, para o esquecimento
E nesta fuga a minha mente acorda
Dorida e sangrenta, à procura de vingança, de perdão, de ti
Mas a memória ganha, refaço as tuas formas
E o meu corpo cai, neste pôr-do-sol dourado, como só o teu cabelo sabe ser
Poema para uma foto
Nunca nos vimos
e já reconheço
perdido no teu olhar
um espaço que desconheço
Uma pequena pétala
negra de cor e de luz
a vogar num espaço
infinito nos cabelos
Pequeno tesouro escondido
que nunca vou encontrar,
nem chamar, nem olhar,
apenas sonhar
Nem nome tens ainda
imaginado ou real
sei apenas onde estás
onde não posso alcançar
e já reconheço
perdido no teu olhar
um espaço que desconheço
Uma pequena pétala
negra de cor e de luz
a vogar num espaço
infinito nos cabelos
Pequeno tesouro escondido
que nunca vou encontrar,
nem chamar, nem olhar,
apenas sonhar
Nem nome tens ainda
imaginado ou real
sei apenas onde estás
onde não posso alcançar
Poema para Z
Poema para ti
flor pequenina
grande amiga
mar nos olhos
e o sol a subir
na curva do teu sorrir
ondas perdidas
nas lágrimas esquecidas
rolando na praia do rosto
Poema para ti
pequenina lembrança
do forte que és
Quando olhas o chão
nem o sol nasce
olha o céu, pequenina
Vai voar
com os outros anjos
flor pequenina
grande amiga
mar nos olhos
e o sol a subir
na curva do teu sorrir
ondas perdidas
nas lágrimas esquecidas
rolando na praia do rosto
Poema para ti
pequenina lembrança
do forte que és
Quando olhas o chão
nem o sol nasce
olha o céu, pequenina
Vai voar
com os outros anjos
Mais
Mais uma noite
passada sem dormir
vagarosamente rastejou
até à chegada da luz
Mais uma noite
de pensamentos
perdidos e sozinhos
na imensidão estrelada
Mais uma noite
no meio de tantas
outras parecidas
semelhantes em tudo
Mais uma noite
a repisar os erros
a voltar a cometê-los
a voltar a vê-los
Mais uma noite
desperdiçada
como muitas outras
rasgadas e queimadas
Mais e mais e mais
noites até ao fim
a tentar voltar à tona
a tentar largar os pesos
passada sem dormir
vagarosamente rastejou
até à chegada da luz
Mais uma noite
de pensamentos
perdidos e sozinhos
na imensidão estrelada
Mais uma noite
no meio de tantas
outras parecidas
semelhantes em tudo
Mais uma noite
a repisar os erros
a voltar a cometê-los
a voltar a vê-los
Mais uma noite
desperdiçada
como muitas outras
rasgadas e queimadas
Mais e mais e mais
noites até ao fim
a tentar voltar à tona
a tentar largar os pesos
quinta-feira, dezembro 02, 2004
Os Monstros não sonham
Os Monstros, aqueles ali
Os que estão vivos
Mas que passam por nós
Vagos e perdidos
Que passam as noites
nos seus castelos de cartão
Protegidos do nosso olhar
Mas não da chuva
Eles não existem
Eles não têm nada
Eles nem sonham
Eles nem são os monstros
Os que estão vivos
Mas que passam por nós
Vagos e perdidos
Que passam as noites
nos seus castelos de cartão
Protegidos do nosso olhar
Mas não da chuva
Eles não existem
Eles não têm nada
Eles nem sonham
Eles nem são os monstros
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