segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A Máscara

Visto a camisa
ponho a máscara
escondo a loucura
detrás do sorriso

a máscara ri

Caminho na rua,
sentimentos escondidos,
rodeado de corpos
quentes e vivos

a máscara tapa

O sorriso simpático
a tapar a raiva
a voz quente
a esconder os gritos

a máscara vive

Sim, ela vive
vive por mim
pois eu não vivo
mato tudo o que toco

a máscara chora

Quando a tiro
pois sabe que falhou
pois sabe que hoje
a febre voltou

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Esta música

esta música
é um milhão
de lâminas
que atravessa
o meu coração

já libertou
as lágrimas
que guardava
preciosas
para ti

esta música
embala-me
nas recordações
sufocadas
da tristeza

mas oiço
uma e outra vez
a tua voz
e sinto o teu
perfume

e adormeço
a chorar
embalado
pela memória
de um anjo

domingo, fevereiro 13, 2005

Que saudades da chuva

Que saudades da chuva
constante fria e viva
que me recebia na rua
e me acordava para o dia

Que saudades da chuva
na noite fria e solitária
unica companheira
no solitário regresso a casa

Que saudades da chuva
que tantas lágrimas roubou
do meu rosto cansado, e levou
de volta para as nuvens

Que saudades da chuva
que caia do espaço sideral
e me lavava os pecados
antes de me ir deitar

Que saudades da chuva
que me abraçou o rosto
e me embalou o desgosto
quando me deixaste só

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Preguiça Matinal

conta-me uma história
daquelas verdadeiras
inventada só pra mim

conta-me uma história
e deixa-me sonhá-la
aninhado no teu peito

conta-me uma história
embalada nos teus sonhos
adormecida nos teus braços

conta-me uma história
perdida no espaço-tempo
solta no teu sorrir

conta-me uma história
para eu ficar aqui contigo
no teu abraço quente

conta-me uma história
por favor e eu juro
não ir hoje trabalhar

conta-me uma história
e eu fico aqui contigo
para sempre abraçado

a sonhar