segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A Máscara

Visto a camisa
ponho a máscara
escondo a loucura
detrás do sorriso

a máscara ri

Caminho na rua,
sentimentos escondidos,
rodeado de corpos
quentes e vivos

a máscara tapa

O sorriso simpático
a tapar a raiva
a voz quente
a esconder os gritos

a máscara vive

Sim, ela vive
vive por mim
pois eu não vivo
mato tudo o que toco

a máscara chora

Quando a tiro
pois sabe que falhou
pois sabe que hoje
a febre voltou

3 comentários:

Anónimo disse...

Há sempre alguém que nos ama, mesmo quando achamos que não somos dignos do amor de ninguém. Deixa a máscara e vive tudo aquilo a que tens direito. É impossível matar tudo aquilo em que tocamos... até a pessoa mais cruel tem virtudes.
Até sempre,

Miriam

Tamia disse...

A máscara tapa aquilo que é mais nosso, aquilo que é mais íntimo.
A máscara não nos deixa revelar, mas a máscara cansa-nos e um dia...
... um dia a máscara desaparecerá, e aí TU vais-te revelar!

Sophia disse...

A máscara faz-me lembrar um pouco o acto de escrever o poema... Mascaramo-nos para mostrar algo que talvez nem estamos a sentir, mas escrevemos de um modo que tudo parece muito real. Isto é o que o poema me faz lembrar. Quanto ao tema em si, creio que toda a gente usa uma máscara e não acredito que alguém se revele. Para tal acontecer, seria necessário que alguém conseguisse contar todos os pormenores da sua vida aos outros e ninguém sabe assim tanto sobre alguém. Podemos sempre ter o vislumbre daquilo que a pessoa é, mas aí também nos caberá a nós julgar e decidir se queremos acreditar por sermos amigos dessa pessoa ou se queremos duvidar por não o querermos ser. Um meio termo é impossível. Não existem meios-amigos. Existem amigos e existem conhecidos. Duas coisas completamente distintas.