quinta-feira, março 24, 2005

sepultura

deixa-me ficar aqui
deitado para sempre
a olhar-te e a sonhar
nesta campa carmesim

vou viver para sempre
neste segundo de céu
entre os batimentos
dos nossos corações

quero ser sepultado
nesta campa de flanela
rodeado dos teus braços
no silêncio da manhã

não a quero, desejo-a
esta paz infinita
de sepultura fresca
nesta campa carmesim

sexta-feira, março 11, 2005

todas as vezes

todas as vezes
que o teu sorriso
me derrubou
os muros

todas as vezes
que o teu toque
me fez arrepiar
a pele e a alma

todas as vezes
que me acordaste
com o bater
do teu coração

todas as vezes
que te beijei
os olhos escuros
cheios de lágrimas

todas as vezes
que a noite nasceu
com o brilho da lua
nos teus cabelos

todas as vezes
todos os enganos
todas as mentiras
todos os abraços

todas as vezes
que te esperei
e ainda espero
na noite escura

quarta-feira, março 02, 2005

A minha tinta


Abraço a minha dor
com tinta que retiro
da minha alma negra

Abraço o mundo
com a dor de saber
que é um abraço frio

Abraço a noite
pois só ela é negra
e fria como a minha alma

como a minha tinta