Apesar do barulho, apesar das pessoas, sabes que música será.
Sabes sempre.
Não sei como mas sabes.
Agarras-me a mão assim que me levanto e puxas-me para o meio da pista, longe da luz e de todo o resto do universo.
Pões os teus pés em cima dos meus, abraço-te suavemente para te proteger do mundo e dos olhares e porque gostas.
Anichas-te nos meus braços, a tua respiração quente a queimar-me o pescoço de desejo apesar do bar estar abafado.
A música começa e tu sorris, aquele sorriso que só eu vejo.
Dançamos.
Os teus lábios de sabor a licôr beijam os meus, tens a mão pousada no meu peito para sentir aquele sobressalto que o meu coração dá sempre que os nossos lábios se tocam, o teu corpo estremece quando a minha mão viaja pelas tuas costas, a música faz-nos derreter nos braços um do outro.
A música parou, outra música começou.
Ninguém percebeu.
Ninguém viu o universo a parar enquanto pairavas nos meus braços e eramos um.
Um coração, uma respiração, um beijo.
A dançar.