Oiço as pessoas, escondidas nos cafés, presas nas paragens cheias dos transportes públicos, encravadas debaixo de longas filas de guarda-chuvas, protegidas, fugidas desta chuva fria que cai torrencial que vem cortar um começo promissor de sol e calor...
Porque chove, que vem esta chuva fazer aqui, lembrar-me do inverno escuro na véspera do luminoso verão?
As suas vozes não me interessam , só me fazem sorrir de desprezo, nascido de um contentamento imenso como o cinzento das nuvens que me despejam as suas dores pela cara, pelo cabelo, pelas pontas dos dedos.
Esta chuva cai porque eu preciso dela, porque a pedi no meio da noite escura e sufocante, do suor e da culpa. Ela cai finalmente, são paredes de facas geladas que caem do céu, que me cortam o medo, que me separam das correntes que me prendem, chove e estou cá fora, o vento acorda-me os sentidos, levanta a alma que não tenho para o céu em que não acredito, faz-me sorrir de alivio e fúria.
Sinto a respiração do fumo,sinto o cheiro da vida, a terra encharcada que bebe a chuva tão ansiosamente como eu.
Mas, mais que tudo, abro os olhos lavados, estou rodeado de cores novas, lavadas, limpas, e sinto a sua força como se tocasse os ásperos óleos de um quadro renovado, brilhante.
Mas mais que tudo... mais até que a chuva e o vento... eu sinto.
O meu coração bate de novo, os meus olhos estão lavados, eu sinto.
EU SINTO!
E choveu porque eu pedi.
Porque chove, que vem esta chuva fazer aqui, lembrar-me do inverno escuro na véspera do luminoso verão?
As suas vozes não me interessam , só me fazem sorrir de desprezo, nascido de um contentamento imenso como o cinzento das nuvens que me despejam as suas dores pela cara, pelo cabelo, pelas pontas dos dedos.
Esta chuva cai porque eu preciso dela, porque a pedi no meio da noite escura e sufocante, do suor e da culpa. Ela cai finalmente, são paredes de facas geladas que caem do céu, que me cortam o medo, que me separam das correntes que me prendem, chove e estou cá fora, o vento acorda-me os sentidos, levanta a alma que não tenho para o céu em que não acredito, faz-me sorrir de alivio e fúria.
Sinto a respiração do fumo,sinto o cheiro da vida, a terra encharcada que bebe a chuva tão ansiosamente como eu.
Mas, mais que tudo, abro os olhos lavados, estou rodeado de cores novas, lavadas, limpas, e sinto a sua força como se tocasse os ásperos óleos de um quadro renovado, brilhante.
Mas mais que tudo... mais até que a chuva e o vento... eu sinto.
O meu coração bate de novo, os meus olhos estão lavados, eu sinto.
EU SINTO!
E choveu porque eu pedi.
2 comentários:
Também eu gostava de sentir as gotas de água a baterem nos meus braços e na minha cara... só porque sim.
Beijo
Então se sentes... =)
Basta isso para sabermos que estamos vivos... E à coisa melhor?
Bjs***
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