Hoje uma colega de trabalho, conhecedora do monstro que fui, testemunha das florestas de braços erguidos que queimei, transpôs os poucos metros que nos separam e disse-me, numa voz envergonhada e meio sumida, como se a pessoa que realmente é a quisesse impedir de dizer as palavras que da sua boca partiam para o mundo.
Vitor, ensina-me a destruir uma pessoa.
Aparentemente, a surpresa no meu rosto trouxe consigo uma máscara de dúvida, um simulacro de sorriso a tentar levar o pesado silêncio do demasiado cedo para pensar em seja o que for, e tentei aprofundar a questão, não fosse mais uma idiotice cor-de-rosa, mais uma perda de tempo enjoativa e açucarada, das que formam os rochedos das horas de almoço partilhadas com as colegas, rochedos que é preciso navegar cuidadosamente para se sair, depressa e bem, sem um arranhão.
A questão era, aparentemente, tão séria quanto uma questão do coração poderia ser, ou seja, completamente e quase nada, mas a meio da explicação, que poderia ter sido resumida nas frases que tudo do amor resumem, eu quero e não tenho, há quem tenha e quero tirar, preciso e não sei como apanhar, pensei para comigo.
Espera.
Repete lá.
Vitor, ensina-me a destruir uma pessoa.
O choque do punhal atravessou-me a coluna, como só um punhal de fonemas construido é capaz, e quedou-se pendurado, dançando como uma nuvem no céu, entre a minha mente e o meu espanto, aterrando na minha raiva e furando a revolta.
Porquê eu?
Porque que raios me pedes isso.
A resposta veio célere, a seta seguiu o punhal, e as lembranças doeram mais como qualquer outra avalanche, merda das avalanches, são sempre assim, enleou-me as ideias, uns pontapés pelos dentes, e o já famoso olhar pensas que me enganas mas eu estava lá e vi as cinzas dos fogos, cheirei a destruição no vento da tua voz, esse olhar conheço eu muito bem e calei-me, quem tem razão tem razão, mesmo quando é uma razão do passado.
E é isso que queres?
Não, não é isso.
Quero ganhar.
Claro que queres, quem não quer, bom, para ser sincero talvez não queira porque sei o que fica do outro lado da montanha que criamos no nosso interior, mas sei que tu vais perder algumas noites a pensar, a soltar o arrependimento pelos caminhos do talvez, a tentar ver se existiriam outros meios para atingir o fim que contigo se deita e que tão bem ganhaste.
Mas olha, fofa, que se lixe, quando é que eu medi as consequências dos meus actos?
Faz assim...
Vitor, ensina-me a destruir uma pessoa.
Aparentemente, a surpresa no meu rosto trouxe consigo uma máscara de dúvida, um simulacro de sorriso a tentar levar o pesado silêncio do demasiado cedo para pensar em seja o que for, e tentei aprofundar a questão, não fosse mais uma idiotice cor-de-rosa, mais uma perda de tempo enjoativa e açucarada, das que formam os rochedos das horas de almoço partilhadas com as colegas, rochedos que é preciso navegar cuidadosamente para se sair, depressa e bem, sem um arranhão.
A questão era, aparentemente, tão séria quanto uma questão do coração poderia ser, ou seja, completamente e quase nada, mas a meio da explicação, que poderia ter sido resumida nas frases que tudo do amor resumem, eu quero e não tenho, há quem tenha e quero tirar, preciso e não sei como apanhar, pensei para comigo.
Espera.
Repete lá.
Vitor, ensina-me a destruir uma pessoa.
O choque do punhal atravessou-me a coluna, como só um punhal de fonemas construido é capaz, e quedou-se pendurado, dançando como uma nuvem no céu, entre a minha mente e o meu espanto, aterrando na minha raiva e furando a revolta.
Porquê eu?
Porque que raios me pedes isso.
A resposta veio célere, a seta seguiu o punhal, e as lembranças doeram mais como qualquer outra avalanche, merda das avalanches, são sempre assim, enleou-me as ideias, uns pontapés pelos dentes, e o já famoso olhar pensas que me enganas mas eu estava lá e vi as cinzas dos fogos, cheirei a destruição no vento da tua voz, esse olhar conheço eu muito bem e calei-me, quem tem razão tem razão, mesmo quando é uma razão do passado.
E é isso que queres?
Não, não é isso.
Quero ganhar.
Claro que queres, quem não quer, bom, para ser sincero talvez não queira porque sei o que fica do outro lado da montanha que criamos no nosso interior, mas sei que tu vais perder algumas noites a pensar, a soltar o arrependimento pelos caminhos do talvez, a tentar ver se existiriam outros meios para atingir o fim que contigo se deita e que tão bem ganhaste.
Mas olha, fofa, que se lixe, quando é que eu medi as consequências dos meus actos?
Faz assim...
7 comentários:
E ainda o sabes fazer?
resta saber se é o outro que é destruído ou se somos nós, que na ânsia de ganhar ao outro perdemos aquilo que realmente somos...
Nem pergunto quem... eu não fui!!! Tens um prémio para ir buscar ao meu blogue!!! bjinhos, lindo! Dá notícias!!!
Amei o que escreve.
Bjs
Sexy
ho ho ho boas festas (no corpo todo) e óptimas entradas (onde quiseres!). Um bjinho muitom grande aqui do alentejo litoral, vivi.
Bjus!
Fizeste bem, deste-lhe condições para por o seu coração nas acções, boas ou más, e assim, construir a sua própria moral.
Quem é dono do que é certo?
Parabens pelo Blog.
Beijos com desejos grandes de entradas em 2008 com o pé direito!!!
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