as palavras sobem num turbilhão
sufocadas num grito gigante
de raiva
de frustração
de ódio negro e solto
as mãos tremem tanto
quero rasgar o peito, quero magoar
quero matar
preciso partir alguma coisa
seja o que for
mesmo que seja eu
a lua ilumina segundos
depois perde-se nas sombras
as nuvens que tapam a rua escondem-me
nem as montras me vêm
tanto vidro, tanto reflexo, afasto-me da tentação
não são eles o meu alvo
preciso quebrar
preciso de um alvo
já
o ódio enche-me a boca
enche-me todo o corpo, na noite fria suo ódio
destilo raiva negra e envolvente
já na noite escura uma linha de pilares espera-me
aprecio a metáfora
e mergulho na sua direcção
voam membros descontrolados
os cães lá longe uivam a minha dor
respiro com o peso de todo o meu corpo
cada molécula de oxigénio arrancada à força da paisagem
a descarga de adrenalina é tal que as pernas ainda me tremem
os nós dos dedos sangram os restos da noite odiosa
e soltam-nos no cinzento pavimento
mal consigo segurar as chaves, já a porta é que me segura
mergulho num mar de flanela, meio despido,
com a paga em dor atirada por todo o corpo
e mergulho no abençoado esquecimento
vazio
total e completamente vazio
e o silêncio cai, numa imitação de paz que, sinceramente
chega perfeitamente
sufocadas num grito gigante
de raiva
de frustração
de ódio negro e solto
as mãos tremem tanto
quero rasgar o peito, quero magoar
quero matar
preciso partir alguma coisa
seja o que for
mesmo que seja eu
a lua ilumina segundos
depois perde-se nas sombras
as nuvens que tapam a rua escondem-me
nem as montras me vêm
tanto vidro, tanto reflexo, afasto-me da tentação
não são eles o meu alvo
preciso quebrar
preciso de um alvo
já
o ódio enche-me a boca
enche-me todo o corpo, na noite fria suo ódio
destilo raiva negra e envolvente
já na noite escura uma linha de pilares espera-me
aprecio a metáfora
e mergulho na sua direcção
voam membros descontrolados
os cães lá longe uivam a minha dor
respiro com o peso de todo o meu corpo
cada molécula de oxigénio arrancada à força da paisagem
a descarga de adrenalina é tal que as pernas ainda me tremem
os nós dos dedos sangram os restos da noite odiosa
e soltam-nos no cinzento pavimento
mal consigo segurar as chaves, já a porta é que me segura
mergulho num mar de flanela, meio despido,
com a paga em dor atirada por todo o corpo
e mergulho no abençoado esquecimento
vazio
total e completamente vazio
e o silêncio cai, numa imitação de paz que, sinceramente
chega perfeitamente