Disseram-me hoje que não existe dia mais feliz como o primeiro dia de amor, que passamos o resto da nossa existência a procurar essa primeira onda de sentir, esse primeiro sol explosivo que nunca mais conseguimos igualar.
Que estupidez tão grande.
Amei de verdade quando passaste por mim, os cabelos mal secos presos na nuca por dois lápis, uma quase gueixa num pijama de flanela largo demais, a tua pele mal escondida por um céu azul platinado em forma de roupão farfalhudo, a sala cheia do cheiro a café com leite e torradas com mel, um cheiro a maçãs instalava-se na secretária junto aos livros sempre que soltavas o cabelo, maldito seja a merda do champô que ainda hoje me atinge o peito a pontapés, quando passa por mim corta-me a cara como se fossem facas.
Amei a sério quando beijar-te ao acordar não era mais que um reflexo, uma necessidade maquinal como respirar o mesmo ar, ou sorver a luz dos teus olhos, um passo que não tinha nada de pensado nem de obrigatório, mas que acontecia mesmo assim, porque assim estava desenhado no plano do dia com lápis de ceras coloridos em papel de cinza crua.
Amei mesmo quando discutíamos, e tu, pequena tempestade, ficavas vermelha como o sangue que te enchia os olhos e a paz do teu rosto se transformava em morte, em morte minha, e os teus rugidos e chuvas e trovões e ondas embatiam nos meus rochedos, sempre recuando e sempre voltando a bater, imensidão de raiva e fúria que em chuva se desfazia, e reconstruia todas as paredes e telhados que fizéramos antes, só para nós.
No primeiro dia gostei, mas a amar, aprendi com o voar dos dias, até que voavam depressa demais , como se cada momento passado juntos fosse apenas uma migalha de calor, um pequeno corte de um lâmina de luz, uma pegada de cor, uma pequena nuvem de cor num imenso céu azul.
No primeiro dia é que se ama...
Sua besta.
Que estupidez tão grande.
Amei de verdade quando passaste por mim, os cabelos mal secos presos na nuca por dois lápis, uma quase gueixa num pijama de flanela largo demais, a tua pele mal escondida por um céu azul platinado em forma de roupão farfalhudo, a sala cheia do cheiro a café com leite e torradas com mel, um cheiro a maçãs instalava-se na secretária junto aos livros sempre que soltavas o cabelo, maldito seja a merda do champô que ainda hoje me atinge o peito a pontapés, quando passa por mim corta-me a cara como se fossem facas.
Amei a sério quando beijar-te ao acordar não era mais que um reflexo, uma necessidade maquinal como respirar o mesmo ar, ou sorver a luz dos teus olhos, um passo que não tinha nada de pensado nem de obrigatório, mas que acontecia mesmo assim, porque assim estava desenhado no plano do dia com lápis de ceras coloridos em papel de cinza crua.
Amei mesmo quando discutíamos, e tu, pequena tempestade, ficavas vermelha como o sangue que te enchia os olhos e a paz do teu rosto se transformava em morte, em morte minha, e os teus rugidos e chuvas e trovões e ondas embatiam nos meus rochedos, sempre recuando e sempre voltando a bater, imensidão de raiva e fúria que em chuva se desfazia, e reconstruia todas as paredes e telhados que fizéramos antes, só para nós.
No primeiro dia gostei, mas a amar, aprendi com o voar dos dias, até que voavam depressa demais , como se cada momento passado juntos fosse apenas uma migalha de calor, um pequeno corte de um lâmina de luz, uma pegada de cor, uma pequena nuvem de cor num imenso céu azul.
No primeiro dia é que se ama...
Sua besta.
1 comentário:
eh eh eh forte, profundo, irónico, mas sempre muito bom, COMO SEMPRE!!! ;) bjos, meu lindo!
Enviar um comentário