Todos os os dias.
Eram todos nossos, era a nossa vida, não vivia sem ti.
Eramos um só ser, até quando estávamos separados, juntava-nos aquela sede do corpo, aquele querer ser um só outra vez.
Agora, passado tanto tempo, estás outra vez na minha cama.
O cenário mudou, até a própria cama não é a mesma, nem nós, mas os velhos gestos voltaram rápidos, como se só o dia nos separasse, como se tivessemos voltado agora a casa e despertado nos braços um do outro.
Enquanto escrevo sinto ainda o teu perfume, não o aquele artificial que apaguei com beijos do teu pescoço, mas sim aquela leve recordação do cheiro a maçâs que o champô deixou no teu cabelo, e aquele sentir quente que o peso subtil do teu corpo marcou no meu.
Olho a cama de relance, dormes sorridente, anichada no meio, a cama deve estar tão quente como a noite está fria.
E a noite está fria, começo a aperceber-me, ela lava-me do teu calor, da tua presença, acorda-me deste sonho.
Se aomenos não fosse a minha casa, podia ir-me embora enquanto dormias, deixar-te aí quente, irreal, uma noite de regresso ao futuro que um dia tivemos, que um dia sonhámos, nada mais, nada menos.
Tenho vontade de meter as minhas mãos nos teus olhos castanhos para limpar todo o lodo que te afoga a alma, encontrar um resto do que foste, talvez encontrar-me ai também, afogado, perdido ainda nos teus olhos.
Ilusões.
Vais acordar e nem me vais olhar. Vais dizer que tudo foi um erro, vais deitar umas lágrimas meio sentidas, meio por que sim, vais-te vestir e vais voltar à tua vida, vais sair outra vez da minha, pensando talvez que outro dia voltes.
A noite está mesmo fria, volto para a cama, estremeces e abraças-me quando entro de novo nos lençois, o sorriso está mesmo lá, precisavas de o encontrar, foi essa a razão de tudo isto.
Tinhas-te perdido, a mulher que realmente és, e precisavas voltar para um sítio seguro, um sítio feliz, que o teu sorriso conhecesse bem. A nossa cama.
Mas esta não é a nossa cama, é minha.
Não moras aqui, nesta cama, espero sinceramente que nunca mais percas o teu sorriso, que nunca mais te percas, esta cama é minha e este coração é meu, e foi a última noite em que os ocupaste.
Como eu desejei, até à pouco tempo, ter-te de novo aqui. Mas a nossa cama foi e veio, o nosso futuro nunca vai acontecer, até podiamos querer, mas saberiamos sempre que era mentira.
Por isso agora vou dormir, bem agarradinho a ti, e acordar feliz.
Porque já me despedi.
Eram todos nossos, era a nossa vida, não vivia sem ti.
Eramos um só ser, até quando estávamos separados, juntava-nos aquela sede do corpo, aquele querer ser um só outra vez.
Agora, passado tanto tempo, estás outra vez na minha cama.
O cenário mudou, até a própria cama não é a mesma, nem nós, mas os velhos gestos voltaram rápidos, como se só o dia nos separasse, como se tivessemos voltado agora a casa e despertado nos braços um do outro.
Enquanto escrevo sinto ainda o teu perfume, não o aquele artificial que apaguei com beijos do teu pescoço, mas sim aquela leve recordação do cheiro a maçâs que o champô deixou no teu cabelo, e aquele sentir quente que o peso subtil do teu corpo marcou no meu.
Olho a cama de relance, dormes sorridente, anichada no meio, a cama deve estar tão quente como a noite está fria.
E a noite está fria, começo a aperceber-me, ela lava-me do teu calor, da tua presença, acorda-me deste sonho.
Se aomenos não fosse a minha casa, podia ir-me embora enquanto dormias, deixar-te aí quente, irreal, uma noite de regresso ao futuro que um dia tivemos, que um dia sonhámos, nada mais, nada menos.
Tenho vontade de meter as minhas mãos nos teus olhos castanhos para limpar todo o lodo que te afoga a alma, encontrar um resto do que foste, talvez encontrar-me ai também, afogado, perdido ainda nos teus olhos.
Ilusões.
Vais acordar e nem me vais olhar. Vais dizer que tudo foi um erro, vais deitar umas lágrimas meio sentidas, meio por que sim, vais-te vestir e vais voltar à tua vida, vais sair outra vez da minha, pensando talvez que outro dia voltes.
A noite está mesmo fria, volto para a cama, estremeces e abraças-me quando entro de novo nos lençois, o sorriso está mesmo lá, precisavas de o encontrar, foi essa a razão de tudo isto.
Tinhas-te perdido, a mulher que realmente és, e precisavas voltar para um sítio seguro, um sítio feliz, que o teu sorriso conhecesse bem. A nossa cama.
Mas esta não é a nossa cama, é minha.
Não moras aqui, nesta cama, espero sinceramente que nunca mais percas o teu sorriso, que nunca mais te percas, esta cama é minha e este coração é meu, e foi a última noite em que os ocupaste.
Como eu desejei, até à pouco tempo, ter-te de novo aqui. Mas a nossa cama foi e veio, o nosso futuro nunca vai acontecer, até podiamos querer, mas saberiamos sempre que era mentira.
Por isso agora vou dormir, bem agarradinho a ti, e acordar feliz.
Porque já me despedi.
6 comentários:
Muito lindo! Gostei muito..
Ontem eu tinha temrinado de ler o seu texto, tava comentando...só que aí a luz acabou! Por isso que saí de repente do msn! Me desculpe, num deu mais para voltar...
Um beijo!
se houvesse petrfeiçao tenho a certeza que essa era a palavra certa para caracterizar o modo como usas e abusas das letras=)
esta brutal...
Só venho dar o meu apoio...
Escrita magnífica, como sempre. Fiquei sem palavras, once again!!! Continua, fofo!!! E tenta publicar!!! Tu e o mundo só têm a ganhar!!!
Lindo e triste! :)
Beijo**
A cama...os teus textos têem sempre muito sobre o que falar.
A cama...tem-se com ela uma relação similar àquela que se tem com o ser amado.
Umas manhãs, despedimo-nos dela já com saudade, querendo regressar logo, logo antes que o calor familiar desapareça. Outras vezes é apenas a Vontade e o Desejo que impera e é imperador no seu espaço e que faz com que a ela regressemos. Outras, ainda, a cama é onde encostamos a cabeça, descansados do cansaço diário, das angústias, do sofrimento, das frustações e a 'murros e gritos' descontamos na amada almofada tudo isso. E, por vezes...por vezes...não queremos vê-la. Queremos tempo e espaço e Vida que não a inclua porque nos sabemos tão dependentes dela e essa consciência torna-nos rabujentos.
Mas, acabaremos por regressar...ela conhece-nos. Amamo-la e ela lá. Lá à espera que a ocupem, à espera do calor e das nossas marcas no lençol.
bjs Vi, E.R.
Ja me fizeste chorar...
Nao sei como é que alguem pode escrever assim tao bem!
Acho que de todos este é o meu preferido e o mais bonito que li ate agora...
Nao sei se tens vindo a melhorar mas sei que é sempre um prazer!
Tal como a shootingstar disse acho que devias tentar publicar!
LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!
Continua sempre assim lindo! Nao te conheço mas sei que o és... So podes, a escrever desta maneira....
Espero que esteja tudo bem contigo!
Beijos doces***
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