Tu
amiga amante
astro flamejante
Tu
minhas mãos
meus abraços
Tu
minha ausência
minha companhia
Tu
meu sorrir
meu desgosto
Tu
meu pensamento
minha vontade
Tu
minhas palavras
meus suspiros
Tu
minha morte
meu regresso
Tu
sim tu
quem mais?
"Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos; Espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés; Caminha suavemente, pois caminhas sobre os meus sonhos." W.B. Yeats
segunda-feira, janeiro 31, 2005
Acorda
Acorda agora e vê
nesse espelho partido
a corda que te amarra
o pescoço
e as mãos
e a voz
a corda que te puseram
entrelaçada
com os teus medos
e sonhos
e ilusões
e mentiras
acorda agora e vê
tudo o que não
fizeste nem amaste
nem olhaste ainda
o teu rosto
amordaçado
acorda agora e vê
o muro que erguem
à tua volta
já nem sabes se é
noite ou dia ou se é ar
o que respiras
acorda agora
abre os olhos e vê
rompe a corda
e caminha
sorri
o futuro é já ali
nesse espelho partido
a corda que te amarra
o pescoço
e as mãos
e a voz
a corda que te puseram
entrelaçada
com os teus medos
e sonhos
e ilusões
e mentiras
acorda agora e vê
tudo o que não
fizeste nem amaste
nem olhaste ainda
o teu rosto
amordaçado
acorda agora e vê
o muro que erguem
à tua volta
já nem sabes se é
noite ou dia ou se é ar
o que respiras
acorda agora
abre os olhos e vê
rompe a corda
e caminha
sorri
o futuro é já ali
sexta-feira, janeiro 28, 2005
Gostava
Gostava de saber
escrever como sinto
passar para a folha
branca e pura
os sentimentos
que escondo aqui
na escuridão da
minha mente.
Gostava de ter a arte
de apagar para sempre
as tuas lágrimas
de te envolver com
os meus braços e
embalar o teu coração
magoado nas ondas
do mar escuro.
Gostava de me perder
nos teus olhos profundos
e afogar a nossa dor
nas minhas lágrimas
deixar os teus cabelos
envolver os meus sonhos
e mostrar-te que sorrir
não é um verbo vazio.
escrever como sinto
passar para a folha
branca e pura
os sentimentos
que escondo aqui
na escuridão da
minha mente.
Gostava de ter a arte
de apagar para sempre
as tuas lágrimas
de te envolver com
os meus braços e
embalar o teu coração
magoado nas ondas
do mar escuro.
Gostava de me perder
nos teus olhos profundos
e afogar a nossa dor
nas minhas lágrimas
deixar os teus cabelos
envolver os meus sonhos
e mostrar-te que sorrir
não é um verbo vazio.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
Um Estranho
Hoje sinto-me estranho
como se algo em mim,
uma mola, um botão,
tivesse disparado.
Sou um outro,
um estranho para mim,
para esse antigo eu
desaparecido.
Não me conheço
nem um pouco,
nem a minha voz
já reconheço.
Não tenho local
de retorno possivel,
nem porto
onde me procurar.
Mas a verdadeira
pergunta permanece.
Será que quero
ou tento voltar?
como se algo em mim,
uma mola, um botão,
tivesse disparado.
Sou um outro,
um estranho para mim,
para esse antigo eu
desaparecido.
Não me conheço
nem um pouco,
nem a minha voz
já reconheço.
Não tenho local
de retorno possivel,
nem porto
onde me procurar.
Mas a verdadeira
pergunta permanece.
Será que quero
ou tento voltar?
terça-feira, janeiro 25, 2005
não me olhes
não me olhes
assim como estou
agora aqui
perdido
não me olhes
assim como olhas
sempre luz
e vida
não me olhes
tão fixamente
a ler-me
e a sorrir
não me olhes
que me salvas
do que fui
e sou
não me olhes
nem me toques
viver é dificil
sem ti
não me olhes
com censura
na doçura quente
do olhar
não me olhes
por favor
assim devagarinho
assim não
não me olhes
por favor
sem me tocares
no coração
assim de mansinho...
assim como estou
agora aqui
perdido
não me olhes
assim como olhas
sempre luz
e vida
não me olhes
tão fixamente
a ler-me
e a sorrir
não me olhes
que me salvas
do que fui
e sou
não me olhes
nem me toques
viver é dificil
sem ti
não me olhes
com censura
na doçura quente
do olhar
não me olhes
por favor
assim devagarinho
assim não
não me olhes
por favor
sem me tocares
no coração
assim de mansinho...
quinta-feira, janeiro 13, 2005
Eu
Eu, por vezes, não existo
sou um sonho de mim,
desenhado como nunca fui.
Sozinho, espalho pelo chão
branco das folhas
as impurezas do meu ser.
Demonstro, metodicamente,
os erros da acção do coração,
e mostro o monstro escondido.
Faço nascer um novo sol,
para iluminar a noite,
e criar as sombras que guardo.
Desisto antes do entardecer
deste velho dia já gasto,
nas sombras do meu interior.
Não quero assustar-me
outra vez comigo,
perdido nas sombras.
sou um sonho de mim,
desenhado como nunca fui.
Sozinho, espalho pelo chão
branco das folhas
as impurezas do meu ser.
Demonstro, metodicamente,
os erros da acção do coração,
e mostro o monstro escondido.
Faço nascer um novo sol,
para iluminar a noite,
e criar as sombras que guardo.
Desisto antes do entardecer
deste velho dia já gasto,
nas sombras do meu interior.
Não quero assustar-me
outra vez comigo,
perdido nas sombras.
terça-feira, janeiro 11, 2005
Fugir
Fugir
sair daqui
deste corpo
deste mundo
deste lugar imenso
perdido no espaço
interior, escuro,
fechado, impuro,
indesejado,
infalível
no seu método
de matar,
sufocar,
sentimentos, ilusões,
toques, sensações,
carinhos
perdidos, levados
pelo vento
deste corpo,
deste espaço
imenso.
sair daqui
deste corpo
deste mundo
deste lugar imenso
perdido no espaço
interior, escuro,
fechado, impuro,
indesejado,
infalível
no seu método
de matar,
sufocar,
sentimentos, ilusões,
toques, sensações,
carinhos
perdidos, levados
pelo vento
deste corpo,
deste espaço
imenso.
O Relógio
O relógio ecoa
os seus gemidos
pela sala vazia,
como bombas
pela planície
imensa.
O relógio geme
porque sabe
(melhor que eu)
que as palavras,
quando soltas,
quando ditas,
são passos
na areia,
depois de passar
a onda,
depois de passar
o tempo,
aquele momento
de liberdade
prisioneira
do relógio,
os seus gemidos
pela sala vazia,
como bombas
pela planície
imensa.
O relógio geme
porque sabe
(melhor que eu)
que as palavras,
quando soltas,
quando ditas,
são passos
na areia,
depois de passar
a onda,
depois de passar
o tempo,
aquele momento
de liberdade
prisioneira
do relógio,
sexta-feira, janeiro 07, 2005
Planura
A casa abandonada
perdida na planura
é o velho que a habita
é o espelho da verdade
O seu destino é o mesmo
nesta terra moribunda
último homem, última casa
testamento à fartura passada
Deixados a morrer
na sua planície amada
o velho balouça da trave
na casa da planície dourada
Último passo num beco sem saída,
um espelho que nada reflecte
o velho balouça mas sorri
ambos estão vivos, onde conta, aqui.
perdida na planura
é o velho que a habita
é o espelho da verdade
O seu destino é o mesmo
nesta terra moribunda
último homem, última casa
testamento à fartura passada
Deixados a morrer
na sua planície amada
o velho balouça da trave
na casa da planície dourada
Último passo num beco sem saída,
um espelho que nada reflecte
o velho balouça mas sorri
ambos estão vivos, onde conta, aqui.
quinta-feira, janeiro 06, 2005
Ao ver-te outra vez
Ao ver-te outra vez
à luz oblíqua do entardecer
Perdi-me de mim
algures entre as sombras
que beijam o teu rosto
Esqueci-me do mundo
ao ouvir a tua respiração
inflamar o ar com
perfume da tua alma
Mas o farol do meu ser
continuou a bater
compassado o meu coração
puxou as correntes
e voltei a mim
e lembrei-me de ti
quando nos perdemos
juntos no labirinto
e me olhaste outra vez
à luz oblíqua do entardecer
Perdi-me de mim
algures entre as sombras
que beijam o teu rosto
Esqueci-me do mundo
ao ouvir a tua respiração
inflamar o ar com
perfume da tua alma
Mas o farol do meu ser
continuou a bater
compassado o meu coração
puxou as correntes
e voltei a mim
e lembrei-me de ti
quando nos perdemos
juntos no labirinto
e me olhaste outra vez
Sou
Sou um vento
que pela planície passou
e nem marca deixou
Uma pegada perdida
que ninguém encontrou
Uma pedra partida
que alguém atirou
Um risco a lápis
que não se apagou
porque a borracha
não se interessou
Sou um gesto vão
uma importância menor
uma nota de rodapé
um batimento moribundo
um som que se desvanece
uma luz que desaparece
e que ninguém viu
nem agarrou
nem escutou
que pela planície passou
e nem marca deixou
Uma pegada perdida
que ninguém encontrou
Uma pedra partida
que alguém atirou
Um risco a lápis
que não se apagou
porque a borracha
não se interessou
Sou um gesto vão
uma importância menor
uma nota de rodapé
um batimento moribundo
um som que se desvanece
uma luz que desaparece
e que ninguém viu
nem agarrou
nem escutou
Mereço
Mereço a dor, pois fiz sofrer
Também eu tirei prazer
de rodar a sangrenta faca
no peito alheio confiante
Mereço o desprezo, pois desdenhei
dádivas sentidas e custosas
tributos mais valiosos que
ouro ou prata ou poder
Mereço até a tortura, pois matei
devagar, devagarinho, pontes
e caminhos, metodicamente
cortados, sentimentos expostos à luz
Mas não mereço que me olhes
com os olhos cheios de sol
e me perdoes sem saber
a dor que soltei no mundo
Também eu tirei prazer
de rodar a sangrenta faca
no peito alheio confiante
Mereço o desprezo, pois desdenhei
dádivas sentidas e custosas
tributos mais valiosos que
ouro ou prata ou poder
Mereço até a tortura, pois matei
devagar, devagarinho, pontes
e caminhos, metodicamente
cortados, sentimentos expostos à luz
Mas não mereço que me olhes
com os olhos cheios de sol
e me perdoes sem saber
a dor que soltei no mundo
terça-feira, janeiro 04, 2005
Ganhar
Ganhou o Mal, longa vida ao Medo
São os demónios que hoje dominam os céus
E a escuridão que dita as regras
Ganhou o Mal, longa vida à Dor
Ganhou o Mal, em todo o lado Morte.
E o Bem sangra sozinho num deserto gelado
Esquecido de todos, e morre, devagar e sozinho
Ganhou o Mal, a minha alma está a saque.
E o Amor fugiu deste mundo
E o sol mergulhou no mar
E devagar, devagarinho, o meu coração é devorado
Ganhou o Mal, levaste o Amor contigo.
São os demónios que hoje dominam os céus
E a escuridão que dita as regras
Ganhou o Mal, longa vida à Dor
Ganhou o Mal, em todo o lado Morte.
E o Bem sangra sozinho num deserto gelado
Esquecido de todos, e morre, devagar e sozinho
Ganhou o Mal, a minha alma está a saque.
E o Amor fugiu deste mundo
E o sol mergulhou no mar
E devagar, devagarinho, o meu coração é devorado
Ganhou o Mal, levaste o Amor contigo.
domingo, janeiro 02, 2005
From you
From your light I take my darkness
From your eyes I drink my poison
From you the flame rises high,
Burning away my kindness.
Softly, you speak to my body
Broken music to a dead soul.
A smile arises in your lips
Killing the man inside the beast
From your angel like body
Like a painting from a master
My evil rises again, darker,
To suffocate my eyes with light.
From your eyes I drink my poison
From you the flame rises high,
Burning away my kindness.
Softly, you speak to my body
Broken music to a dead soul.
A smile arises in your lips
Killing the man inside the beast
From your angel like body
Like a painting from a master
My evil rises again, darker,
To suffocate my eyes with light.
sábado, janeiro 01, 2005
Hold me
Hold me in your arms,
You are my only comfort
The only certain thing I have
My brother, Death.
Hold me in your arms,
Help me escape this cage
‘cause happiness is a trap
and I can’t stand the light.
Hold me in your arms,
Only you can save me now.
Don’t you leave me here alone
I’m afraid to feel your love
Hold me in your arms,
Hold me tight, don’t let go,
I can’t fly away you know,
I can’t follow where you go.
You are my only comfort
The only certain thing I have
My brother, Death.
Hold me in your arms,
Help me escape this cage
‘cause happiness is a trap
and I can’t stand the light.
Hold me in your arms,
Only you can save me now.
Don’t you leave me here alone
I’m afraid to feel your love
Hold me in your arms,
Hold me tight, don’t let go,
I can’t fly away you know,
I can’t follow where you go.
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