quinta-feira, janeiro 13, 2005

Eu

Eu, por vezes, não existo
sou um sonho de mim,
desenhado como nunca fui.

Sozinho, espalho pelo chão
branco das folhas
as impurezas do meu ser.

Demonstro, metodicamente,
os erros da acção do coração,
e mostro o monstro escondido.

Faço nascer um novo sol,
para iluminar a noite,
e criar as sombras que guardo.

Desisto antes do entardecer
deste velho dia já gasto,
nas sombras do meu interior.

Não quero assustar-me
outra vez comigo,
perdido nas sombras.

4 comentários:

Anónimo disse...

Disseram-me que tinhas um blog e vim ver. ;)
Sempre disse que escrevias muito bem mas estás a escrever cada vez melhor, parabéns. É o amadurecimento... ;o)
"...e mostro o monstro escondido./Faço nascer um novo sol,/para iluminar a noite,/e criar as sombras que guardo.(...)Não quero assustar-me/outra vez comigo,/perdido nas sombras."
Adoro este poema.
Beijo
S.M.

Anónimo disse...

oi! gostei do poema e do comentário. Concordo com o que alguém aí escreveu. E cuidado com as sombras. Pode ser um moinho de vento feito gigante para te destruir!!
Eduardo

Tamia disse...

Como cada monstro existe, me assusta e me atrai.
Este monstro "faz nascer um novo sol".
Mas o monstro desiste.... e perde-se n ovamente nas sombras.
O sol... esse sol tem de se manter! E tem de nascer outra vez!
T.C.

Sophia disse...

Quem sou eu? Serei eu ou serei outro? Uma boa questão!!! Viver na claridade das trevas ou na escuridão do dia?