"Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos; Espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés; Caminha suavemente, pois caminhas sobre os meus sonhos." W.B. Yeats
terça-feira, abril 19, 2005
Já fui
Já fui um Demónio
agarrado a mim
espalhando o terror
como um vento frio
que queima a pele
Já fui um Dragão
e nas minhas asas
pesadas de dor e ódio
criei um novo eu
que voa e mata e fere
Já fui uma Fénix
renascida do fogo
as negras laberadas
do teu perfume
lambiam o meu corpo
Mas algures em mim
um anjo está perdido
à espera de sair e respirar
na tinta negra da pele
e da página branca.
sexta-feira, abril 08, 2005
Um sonho
Existes?
Não serás um sonho,
enquanto dormes
aninhada aqui,
deitada a meu lado?
Vou passar a mão
pelos teus cabelos
para ter a certeza,
com muito cuidado
para não te acordar.
Assim que te toco
sei que és um sonho.
Ninguém real tem
uma pele tão macia,
nem respira tão leve,
nem sequer pode
existir aqui um
sorriso tão quente.
Já decidi.
Vou fazer-te
o pequeno-almoço.
Que comerá um sonho?
Não serás um sonho,
enquanto dormes
aninhada aqui,
deitada a meu lado?
Vou passar a mão
pelos teus cabelos
para ter a certeza,
com muito cuidado
para não te acordar.
Assim que te toco
sei que és um sonho.
Ninguém real tem
uma pele tão macia,
nem respira tão leve,
nem sequer pode
existir aqui um
sorriso tão quente.
Já decidi.
Vou fazer-te
o pequeno-almoço.
Que comerá um sonho?
tudo
tudo o que sempre quis
foi sentir de novo o calor
despir a capa da tristeza
abrigar-me do frio
tudo o que procurei
nos corpos de outras
foi aquele calor puro
que levaste na mala
tudo o que olhei no céu
vazio de dia e de noite
foi aquelas noites passadas
a sonharmos agarrados
tudo aquilo que trocamos
sempre que os nossos olhos
se encontram por acaso
são venenos e ódios
tudo aquilo que matei
naquela noite quente
tudo o que não voltei
a sentir nunca mais
tudo tudo tudo
eu não sinto nada
nada
nada
nada
foi sentir de novo o calor
despir a capa da tristeza
abrigar-me do frio
tudo o que procurei
nos corpos de outras
foi aquele calor puro
que levaste na mala
tudo o que olhei no céu
vazio de dia e de noite
foi aquelas noites passadas
a sonharmos agarrados
tudo aquilo que trocamos
sempre que os nossos olhos
se encontram por acaso
são venenos e ódios
tudo aquilo que matei
naquela noite quente
tudo o que não voltei
a sentir nunca mais
tudo tudo tudo
eu não sinto nada
nada
nada
nada
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