Existes?
Não serás um sonho,
enquanto dormes
aninhada aqui,
deitada a meu lado?
Vou passar a mão
pelos teus cabelos
para ter a certeza,
com muito cuidado
para não te acordar.
Assim que te toco
sei que és um sonho.
Ninguém real tem
uma pele tão macia,
nem respira tão leve,
nem sequer pode
existir aqui um
sorriso tão quente.
Já decidi.
Vou fazer-te
o pequeno-almoço.
Que comerá um sonho?
5 comentários:
Os sonhos são da cor que lhe quisermos dar... portanto comem o que lhe quisermos oferecer para comer... Adorei este poema!!! Transmite muita calma, tem bom gosto. Revela um poeta apaixonado por uma musa muito verosímil, mas que ele não consegue tocar. Será que não a alcança realmente por ela ser um sonho ou por ser apenas ele que está a sonhar?
Os sonhos são da cor que lhe quisermos dar... portanto comem o que lhe quisermos oferecer para comer... Adorei este poema!!! Transmite muita calma, tem bom gosto. Revela um poeta apaixonado por uma musa muito verosímil, mas que ele não consegue tocar. Será que não a alcança realmente por ela ser um sonho ou por ser apenas ele que está a sonhar?
O toque dá a certeza da presença e da realidade. O poema transmite o desejo de manter para sempre esse quadro perfeito. Tão perfeito quanto a realidade de um momento perfeito pode transmitir.
A idealização do objecto amado... poderá ele ser tão carnal quanto aquele que o idealiza? Poderá a realidade ser apenas um sonho eterno rodeado de cortinas transparentes? E o que come um sonho? Pedaços de realidade servida no calor do sentimento daquele que ama?
Por acaso comeu torradas porque não havia mais nada :). Acho que voçês estão a sobreanalisar o poema, até o acho bem claro. É a incerteza da realidade causada por excesso de felicidade. Só isso.
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