"Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos; Espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés; Caminha suavemente, pois caminhas sobre os meus sonhos." W.B. Yeats
terça-feira, abril 19, 2005
Já fui
Já fui um Demónio
agarrado a mim
espalhando o terror
como um vento frio
que queima a pele
Já fui um Dragão
e nas minhas asas
pesadas de dor e ódio
criei um novo eu
que voa e mata e fere
Já fui uma Fénix
renascida do fogo
as negras laberadas
do teu perfume
lambiam o meu corpo
Mas algures em mim
um anjo está perdido
à espera de sair e respirar
na tinta negra da pele
e da página branca.
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4 comentários:
Que o Anjo saia e respire o ar da manhã, com o sol a acariciar a cara e gotas das ondas a afagar o corpo.
Que o Anjo se mostre!
Este é o meu poema preferido, sem dúvida.
A questão é: até que ponto estaremos dispostos a deixar sair o Anjo? Até que ponto não será o lado negro um revestimento melhor, mais atractivo, mais poderoso?
É verdade: A imagem é simplesmente deslumbrante!!!
Já há muito tempo que tinha lido este poema, mas faltava-me tempo para o admirar como merece. Acho que, de todos os poemas é este aquele de que mais gosto. Não sou original com isto, mas não há palavras para descrever. PARABÉNS, "vivi"!
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