Está sol e chove.
Ambas as naturezas que sou, misturadas numa só substância, num só caminho descendente dos céus. O mundo sorri, sorri ao sol que o abraça, e à chuva que o beija, ou se calhar sou só eu que assim o vejo, só eu que assim o percebo.
Deve ser de estarmos os dois aqui, a trocar momentos.
A casa de chá está vazia, à nossa volta apenas cadeiras solitárias esperando ansiosamente quem as ocupe, e o vapor que sobe das taças de chá envolve-nos os sentidos, fotografa para nós os raios de sol filtrados pela chuva, esses raios que nem os vidros param, que nos aquecem, como o chá.
O teu cabelo está molhado, o teu sorriso também, mas a tua voz canta, será este o som da alegria, será esta a voz que se ouve quando se está assim, em paz?
Não sei.
Só sei que o tempo está parado, aqui, neste momento luminoso, enquanto o vapor adocicado do chá sustém carinhosamente as nossas palavras e o leve cheiro a doce de amoras se mistura com as palavras que me cantas.
Uma tarde a ouvir-te cantar palavras, separados por um mar de madeira navegado por um bule de chá, onde agora já só algumas migalhas relembram os bolos que fizemos naufragar.
Vivo, estou vivo outra vez.
Ambas as naturezas que sou, misturadas numa só substância, num só caminho descendente dos céus. O mundo sorri, sorri ao sol que o abraça, e à chuva que o beija, ou se calhar sou só eu que assim o vejo, só eu que assim o percebo.
Deve ser de estarmos os dois aqui, a trocar momentos.
A casa de chá está vazia, à nossa volta apenas cadeiras solitárias esperando ansiosamente quem as ocupe, e o vapor que sobe das taças de chá envolve-nos os sentidos, fotografa para nós os raios de sol filtrados pela chuva, esses raios que nem os vidros param, que nos aquecem, como o chá.
O teu cabelo está molhado, o teu sorriso também, mas a tua voz canta, será este o som da alegria, será esta a voz que se ouve quando se está assim, em paz?
Não sei.
Só sei que o tempo está parado, aqui, neste momento luminoso, enquanto o vapor adocicado do chá sustém carinhosamente as nossas palavras e o leve cheiro a doce de amoras se mistura com as palavras que me cantas.
Uma tarde a ouvir-te cantar palavras, separados por um mar de madeira navegado por um bule de chá, onde agora já só algumas migalhas relembram os bolos que fizemos naufragar.
Vivo, estou vivo outra vez.