Matava por um cigarro, a noite está gelada,
o nevoeiro abraça todas as formas, distorce a noite num abraço apertado,
forma pequenas lágrimas geladas no meu cabelo, na minha cara
As recordações rodeiam-me, neste caminho mal iluminado,
aproximam-se como lobos, vejo os seus olhos vermelhos no limite da luz
vejo as suas formas disformes, as suas presas esfomeadas e sorridentes
Muitas noites passadas aqui, neste nevoeiro gelado
escondido num portal escuro, afastado das luzes, afastado das almas.
espero a altura de abrir as grades, de soltar a torrente de raiva, a fome de sangue
As minhas mãos tremem, não tenho cigarros, o cabedal das luvas rangem suavemente
o vulto à minha esquerda respira o sinal combinado,
o resto dos vultos mexe-se suavemente, não têm olhos, só têm braços, só têm corpo
abro suavemente as grades, abandono a um canto a máscara
vejo o sangue cobrir-me os olhos, a cara, as mãos
e sento-me dentro de mim, sossegadamente, a ouvir o eco
dos barulhos soltos
no nevoeiro
o nevoeiro abraça todas as formas, distorce a noite num abraço apertado,
forma pequenas lágrimas geladas no meu cabelo, na minha cara
As recordações rodeiam-me, neste caminho mal iluminado,
aproximam-se como lobos, vejo os seus olhos vermelhos no limite da luz
vejo as suas formas disformes, as suas presas esfomeadas e sorridentes
Muitas noites passadas aqui, neste nevoeiro gelado
escondido num portal escuro, afastado das luzes, afastado das almas.
espero a altura de abrir as grades, de soltar a torrente de raiva, a fome de sangue
As minhas mãos tremem, não tenho cigarros, o cabedal das luvas rangem suavemente
o vulto à minha esquerda respira o sinal combinado,
o resto dos vultos mexe-se suavemente, não têm olhos, só têm braços, só têm corpo
abro suavemente as grades, abandono a um canto a máscara
vejo o sangue cobrir-me os olhos, a cara, as mãos
e sento-me dentro de mim, sossegadamente, a ouvir o eco
dos barulhos soltos
no nevoeiro
6 comentários:
não há espaço que o nevoeiro não preencha ou que se adapte à semelhança dos sentires e das memórias que vamos guardando ou que vamos partilhando na esperança de lhes dar forma, de as tornar suportáveis ou simplesmente para as compreender... mas será que o que se partilha é verdadeiramente o que está cá dentro? haverá assim tanta diferença entre quem partilha o que pensa ter e quem se fecha em si? e será a partilha um acto provocado ou pura e simplesmente algo que se faz tão naturalmente como se abraça alguém em quem se confia?
Uau! Muito forte e marcante, mas espectacular como sempre!!!
Para mim o nevoeiro traz a calmia de sons, de sentimentos. Quase parece que o tempo parou e que só depois voltará a recomeçar. Nesse momento sou invadida por recordações de outro tempo, de um tempo feliz e de um tempo infeliz...
Nevoeiro é sempre algo que me completa, nem percebo bem porquê.
Gostei! :)
"aproximam-se como lobos(...)"
o medo esta perto...ha algo que se vai apoderar de mim como a traça se apodera quando na temos um cigarro numa noite fria de solidao
texto fantastico=)
Hummm.. isto cheira-me a cenario d airsoft.. assim.. pé ante pé.. aproximar do inimigo com uma pistola minuscula.. apontar às costas ao de leve e dizer a frasezinha sublime.. TAS MORTO! :D
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