quarta-feira, julho 13, 2005

Quando eu morrer

Quando eu morrer
as minhas cinzas voarão
nas asas de mil corvos
para criar uma nuvem
tão escura e tempestuosa
que a chuva que cairá
lavará o o mundo
dos pecados que deixo

Quando eu morrer
a luz brilhará finalmente
na escuridão que sou
e como um sopro
sagrado e divino
furacão dos deuses
furará a escuridão
de todas as manhãs

Quando eu morrer
amanhã ou depois
não importa pois ninguém
me pode apanhar
nesta queda livre
do inferno para o céu
vou cair e sorrir
pois a história acabou

5 comentários:

A. disse...

Até lá ainda há muita história para escrever! =) E ainda bem...
Mais uma vez lindo! Acho que vou deixar de comentar estes teus post's porque já começa a ser um pouco chato estar sempre a dizer a mesma coisa!
Continua... =)
Bjs***

Tamia disse...

Mas parece que a história não acaba. Como uma estrela fica a brilhar milhões e milhões de anos, assim ficarás tu, lá nos céus, sempre presente para nós te vermos e continuarmos perto de ti!
Kiss kiss

Heavenlight disse...

Gosto do jogo de contrastes, particularmente. A ideia de que as tuas próprias cinzas poderão lavar os teus pecados na Terra, que a tua luz após o desprendimento do corpo irá romper com a escuridão... parece-me uma perspectiva muito especial e simbólica de que nos podemos tornar melhores mas simultaneamente de que para isso acontecer é necessária a nossa própria morte. O Anjo Negro que cai para o céu ... adorei essa imagem. Que tal convertermos as nossas trevas em luz e a espalharmos qpor aqueles que nos rodeiam enquanto aqui andamos? Porque eu acredito - em algumas alturas - que isso é possível, e porque apesar de eu estar agora a discordar de mim própria, a vida vale a pena.
Parabéns pelo poema!

Anónimo disse...

e kem é a deusa k tá lá em cima em cujos braços vais cair?
warlock

Sophia disse...

Qual Sá-Carneiro assim escreves - livre, leve, solto num gesto cheio de emoções transmitidas em palavras simples conjugadas de um modo extraordinário;)