segunda-feira, outubro 09, 2006

poema 43

sinto-me desenrolar
como um novelo que rebola lentamente pelo chão
tingido pelo sangue que me falta

sinto que me perco
que perco quem sou, que me vou erodindo
como uma pedra na praia

às vezes nem sinto nada
nem sei bem quem sou quando acordo
venho de um mundo que nem me lembro

nem sei se devia sentir
ou se me lembro bem como se sente
devia ter escrito o caminho de volta

só sei que me perdi
e que continuo a perder-me mais
tanto que já nem me lembro
de onde parti

5 comentários:

Vanessa disse...

Esta velha questao do quem somos, donde vimos, para onde vamos.. É daquelas que nao m abandona nunca e axo k nao vou descobrir a resposta.
Lighten up! You have nice friends and people who think you're a great guy. Vi!!!!

:P

ananda disse...

Por momentos, seja isso bom ou mau, fiquei sem palavras. Li as tuas palavras várias vezes e de todas elas me surgiram ideias novas...
Só uma notinha: conheço alguém q tem um ódio de morte a tudo e todos que me fazem chorar. Será q isso inclui as vezes q choro aqui?!
(Comentário ENORME... Deve ser do cansaço)
Beijo grande, doce!

Kisa disse...

só não percebo uma coisa: quando as pessoas procuram dentro de si o que são, o que querem e não querem, quando estão perdidas, têm tendência a formar novelos na cabeça, novelos cheios de pontas que tardam a encontrar... mas tu afirmas logo no início que te sentes a desenrolar... não será o desenrolar o início para o encontro das pontas?

A. disse...

Junta-te ao clube!...
Mais valia fazer-mos mapas, para voltarmos para trás sempre que nos apetecesse!... Mas não é possível, infelizmente!...
Espero que te encontres... Eu tou a caminho... espero eu!...
Bjs***

Anónimo disse...

Adorei este.
Revejo-me nas tuas palavras e sentimentos.
Talvez ajude a dica, mas para encontrar o caminho deixa migalhas e depois segue-as.

beijinhos da "neta"