sexta-feira, janeiro 07, 2005

Planura

A casa abandonada
perdida na planura
é o velho que a habita
é o espelho da verdade

O seu destino é o mesmo
nesta terra moribunda
último homem, última casa
testamento à fartura passada

Deixados a morrer
na sua planície amada
o velho balouça da trave
na casa da planície dourada

Último passo num beco sem saída,
um espelho que nada reflecte
o velho balouça mas sorri
ambos estão vivos, onde conta, aqui.

1 comentário:

Tamia disse...

"... da planície dourada"
O nosso Alentejo está a morrer, mas as pessoas continuam vivas e continuam com esperança de tempos melhores!

"ambos estão vivos, onde conta, aqui."

Que bela maneira de acabar o poema!